tag:blogger.com,1999:blog-246226742024-03-07T22:38:39.914-08:00Pedro Paulo Buchalle SilvaTrabalhos PublicadosPedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.comBlogger22125tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-13432493889071947342010-07-13T09:03:00.000-07:002010-07-13T09:03:19.593-07:00A Imagem da CopaA imagem da Copa<br />
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O beijo do Capitão Iker Casillas na repórter (e namorada) Sara <br />
Carbonero, sem dúvida me fascinou. Quase adolescente, meio pueril, palavra alguma seria lembrada com tamanha imposição de valores; uma mistura frenética de furto e ousadia. Inesperado; uma profunda demonstração de amor de mais sublime beleza. Nada mais poderia ser dito depois de tamanha manifestação de carinho que aquele beijo representará, para sempre, para o povo Espanhol. <br />
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Casillas, você transgrediu magnificamente todas as regras ao criar esta magnífica cena que, a mim, brasileiro, ficará marcada para sempre. Nem a taça erguida por seus braços de Capitão será lembrada com tamanha graça e leveza.<br />
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Hasta la vista fúria !Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-46446135971572587232010-02-10T03:57:00.000-08:002010-02-10T03:57:56.859-08:00A Propósito Dos Terremotos<b>A PROPÓSITO DO HAITI E DE OUTROS TERREMOTOS NA AMÉRICA.</b><br />
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Recolho-me calado diante da minha incapacidade de compreender as tragédias e as ações humanas a partir destas. Vejamos o caso do Haiti. Poderia ser qualquer outra, dos “tsunamis” ou terremotos outros. Enfim, a história nos conta centenas de casos iguais e de como o mundo se mobiliza para o auxílio das vítimas. Forças Tarefas são enviadas, agasalhos, comida, remédios, helicópteros; famosos (Travolta, Scarlett Johansson) vão pilotando seus jatinhos particulares levar leite e cobertores; presidentes (Lula, Obama) fazem discursos inflamados de solidariedade; compositores e músicos (Kirk Franklin, Jeremy Camp) criam letras de músicas para sensibilizar o mundo pela música. Enfim, eis a solidariedade humana! <br />
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Enquanto isto séculos de destruição e morte somam-se no dia-a-dia de brasileiros, venezuelanos, bolivianos, hondurenhos, enfim, apenas para citar a tão propalada América dos sonhos. Políticos sujos, corruptos e ladrões se revezam no poder, perpetuando a miséria humana pela fome, pelo desemprego, pela insegurança, pela má educação; promovendo a morte, não sob os escombros de um terremoto, mas sob os restos de uma sociedade falida para as maiorias de miseráveis sem saber, sem nome e sem esperança.<br />
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O mundo precisa apurar os ouvidos para o ensurdecedor ruído deste terremoto que não se mede pela “Escala Richter”; é preciso destronar estes “Senhores da Guerra” fria, suja, imunda de corrupção e dor. Não é possível mais assistirmos de braços cruzados esta falsa democracia crescer aos níveis que chegou. A natureza que nos privilegiou com a ausência das fissuras tectônicas não foi tão benevolente assim com os nossos governantes, onde a fissura moral trinca por inteiro o caráter destes canalhas e causa muito mais estragos na vida dos homens que qualquer terremoto destes que tanta mobilização causam.<br />
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Isto não torna menor a realidade de nossos irmãos haitianos, não significa ignorar sua dor e nem negligenciar na ajuda humanitária. Não. Isto significa que devemos estar atentos a estes outros terremotos que nos assolam há séculos e para os quais nenhuma ação mundial foi tomada para combatê-los.<br />
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Sinto-me num discurso perdido entre tantos outros de igual valor e qualidade. Como no velho adágio, “os cães ladram e a carruagem passa”. Em nosso caso com uma mudança significativa: “os cães ladram, a carruagem para, joga algumas migalhas e passa”. Alguns cães, como nós, que vociferamos mais veementemente, aproveitam-se da breve parada para irrigar-lhes as rodas com a desprezível urina e com isto vangloriar-se garbosamente do feito.<br />
<br />
Eis a democracia desta outra América: meu bem, meu mal. Ei-la, poderosa, na plenitude de seus mais profundos fundamentos, onde a maioria, no pleno exercício de seus direitos políticos elege seus governantes, seus pares. Aquilo que deveria ser a mais perfeita manifestação de liberdade transforma-se em cruel constatação de injustiças no desfilar diuturno dos escândalos palacianos bem mais devastadores para o povo que um terremoto.<br />
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Estamos soterrados sob séculos de corrupção; sob os escombros da moral e ética públicas; atolados até o pescoço na insegurança, na má cultura e má educação; asfixiados de bolsas assistencialistas por todos os lados. Agonizantes.<br />
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Socorro! Help! Hilfe! Aider! Βοήθεια! Cabhair! Aiuto! Pomoc! Помощь! 帮助! ヘルプ!<br />
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Olá – Alguém ouviu ????????????Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-42565129249171187502009-12-01T11:35:00.000-08:002009-12-01T11:47:25.290-08:00Robin Williams pega pesado com Rio-2016Sério, mesmo ?<br />
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Fiquei frustrado. Desculpem-me, confundi os personagens representados por este senhor com o próprio. Criei um maldito nexo entre estas partes distintas. Que lamentável. Humor? - Não. Indecência - que é falta de decência. Comparar brasileiras a "putas" e "viciadas em pó" foi trágico - longe de ser cômico. Achar que um povo de nossa grandeza possa ter conseguido realizar os jogos olímpicos somente com "putas" e "cocaína" como requisito é leviano e degradante para a NAÇÂO BRASILEIRA.<br />
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Meu caro senhor "robi uilis" nego-me a vê-lo outra vez em qualquer produção, por melhor que seja. Estou enauseado e assim ficarei eternamente. Por outro lado, tenha certeza, não vamos nunca dizer que os Americanos são um povo assassino, pervertido ou destruidores de meio ambiente apenas por terem governantes assassinos ( " jorge buxi " ) ou sexualmente pervertido ( " bil clítoris" ) e todos os outros que se recusam em assinar o protocolo de Kioto.<br />
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O senhor perdeu uma grande oportunidade de fazer humor em grande estilo na grandeza americana: bastaria imitar seus nacionais. . . e nem precisaria usar de sua genialidade teatral, bastaria dar alguns tiros no palco e matar uma dezena de espectadores ou mandar sua assistente fazer um "boquete" tendo como cenário O Salão Oval da Casa Branca. . .Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-69230054376074388002009-11-29T14:12:00.000-08:002009-11-29T14:12:14.320-08:00A propósito dos astros e sua relação com as crendices humanas. . .Para responder com mais propriedade ao tema, vou poupar o discurso novo e valer-me, nada mais nada menos, de WILLIAM SHAKESPEARE - em Rei Lear. Anos e anos depois, nada de mais verdeiro há:<br />
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<i>"Essa é a maravilhosa tolice do mundo: quando as coisas não nos correm bem — muitas vezes por culpa de nossos próprios excessos — pomos a culpa de nossos desastres no sol, na lua e nas estrelas, como se fôssemos celerados por necessidade, tolos por compulsão celeste, velhacos, ladrões e traidores pelo predomínio das esferas; bêbedos, mentirosos e adúlteros, pela obediência forçosa a influências planetárias, sendo toda nossa ruindade atribuída à influência divina... Ótima escapatória para o homem, esse mestre da devassidão, responsabilizar as estrelas por sua natureza de bode. Meu pai se juntou à minha mãe sob a cauda do Dragão e minha natividade se deu sob a Grande Ursa: de onde se segue que eu tenho de ser violento e lascivo. Pelo pé de Deus! Eu teria sido o que sou, ainda que a mais virginal estrela do firmamento houvesse piscado por ocasião de minha bastardização.</i><br />
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Algo a comentar ????Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-7419418356983244912009-10-06T17:17:00.000-07:002009-10-06T17:17:04.285-07:00No que crêem os homens, afinal ?<b>No que crêem os homens, afinal ?</b><br />
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A propósito de uma matéria que foi apresentada na TV, o entrevistado, antropólogo, discorre sobre as crença e cultos à divindades e diz das diferenças regionais, estaduais e mesmo continentais e suas manifestações exatamente em face da cultura e do tempo. <br />
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Divaga o antropologista do budismo ao cristianismo, do islamismo ao judaísmo, entre outros, enfim, criando paralelos entre uma e outra religiões, cada uma em seu tempo e todas ao mesmo tempo pelas razões em si mesmas defendidas. Pareceu-me, assim vendo e ouvindo-o, que faltou algo de palpável nestas ditas manifestações de crenças do homem ao longo do tempo; algo que ultrapassasse a mera e discutível imaterialidade e fosse, além disto, buscar as razões destas ditas buscas humanas na sua relação com o divino no tocante a um tema de tamanha complexidade para muitos. A mim me parece de facílima compreensão o assunto. Já manifestei-me em outros momentos sobre este tema. É que ao longo do tempo amadurecemos estes pensamentos, lapidando-os, o que não significa dar melhor juízo de valor aos mesmos. Mudamos-lhes a cara nestas novas lapidações.<br />
<br />
Ora, se voltarmos alguns milhares de anos, de economias outras, época das cavernas, da pedra lascada, das primeiras chamas, da primeira vez eretos sobre dois pés, perceberemos que tudo se resumia em procriar, caçar, pescar e colher frutos (não necessariamente nesta ordem). Plantar, colher e armazenar ainda era desconhecido, assim como não era usual criar animais em confinamento para o tempo das vacas e outras espécies magras, e as adversidades climáticas, como até hoje, não têm o domínio humano. <br />
<br />
Ao longo do tempo as adversidades tomaram outras caras, trocaram de nome, e se o advento da agricultura trouxe possibilidades infinitas de produção estoque, passando pela inteligência que permitiu os transgênicos; se a melhoria genética permitiu não tão somente a criação em cativeiro mas a maior produção em menor tempo, infelizmente, desaprendemos os conceitos de comunidade, partilha e generosidade. Já eram outras as cavernas de hoje, movidas a energia nuclear.<br />
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Não importa quanto tempo a necessidade e dificuldades de possibilidades inalcançáveis existam nem em que nível ocorram. Não importa se é a caça que mudou de prado, se tivemos que inutilmente persegui-la; se os frutos não vieram e esperamos em vão a próxima safra. Não importa. Não importa se a bolsa de Nova York, quebrou; se o câncer não retrocede, se aquele esperado emprego não saiu. Não importa se foi no exame ao vestibular que a nota não foi suficiente, ou se o tempo não trouxe de volta quem se ama e que partiu para sempre.<br />
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Não importa.<br />
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Nestas circunstância adversas, todas, diante do inalcançável e da necessidade urgente da solução, nós, humanos, unicamente nós entre todas as espécies, exclusivamente aquela criada a imagem e semelhança do Criador, recorremos ao imaginário, ao poderoso imaginário, na busca de um milagre. Foi assim que pedimos chuvas ao deus trovão, na fome da ausência da colheita, nas danças noturnas à luz das fogueiras e ao som dos maracás; foi assim que imolamos inocentes ovelhas em oferenda aos deuses da caça. E eram muitos os deuses e muitas as oferendas. Terminamos por criar algo superior, uno, que a tudo atendia, que tudo podia, que tudo sabia, que tudo via. Precisávamos da onipresença, da onipotência e da onisciência que nos permitisse, dentro de um acordo de eterna fidelidade, o alcance daquelas ditas soluções inalcançáveis.<br />
<br />
Nestas histórias de milagres e padecimentos, em que algumas são sagradas, a dor transita na mesma faixa da esperança, na contramão da fé e na arredia falta de convicção de si mesmos, perambulamos todos nós, crédulos e incrédulos, no exercício diário de pagas e promessas, ora cumprindo-as, ora negociando com nossos deuses e demônios. Isto porque alguns deles, deuses ou demônios, terminam por operar milagres, satisfazendo desejos que por si mesmos conseguiriam suas criaturas se melhor acuidade tivessem no diligenciar de seus atos.<br />
<br />
Nos últimos 20 séculos, em nome da perpetuação desta proteção cometemos os mais bárbaros crimes: queimamos, crucificamos, degolamos, torturamos, escravizamos, enfim, cometemos toda uma sorte de atrocidades em nome deste deus. Criamos as indulgências e a inquisição. Fizemos a apropriação contábil do dízimo e construímos templos. Civilizamo-nos, finalmente, e criamos sub-grupos de fiéis de um mesmo e único Deus. Continuamos construindo templos, majestosos, ornados de ouro, enquanto milhares de humanos morrem ao tempo de fome e frio. <br />
<br />
Mas a verdade, a grande verdade, é que estamos sós. Desesperadamente sós coexistindo, coabitando e convivendo com nossas crendices, superstições e medos; buscando no imensurável, impalpável e imaterial o consolo final, diante da morte, certeza absoluta, que chegará, mais tempo menos tempo, de malas prontas para a viagem derradeira.<br />
<br />
Estamos sós na ausência da generosidade, da bondade, da justiça justa e da caridade humanas. Meu preferido autor - José Saramago – constitui estas premissas em verdadeira lição de sabedoria: “ se a mim me mandassem dispor por ordem de precedência a caridade a justiça e a bondade, daria primeiro lugar a bondade, o segundo à justiça e o terceiro à caridade. Porque a bondade, por si só, já dispensa a justiça e a caridade, porque a justiça justa já contém e si caridade suficiente. A caridade é o que resta quando não há bondade nem justiça”.<br />
<br />
É desta solidão, e nesta solidão, e por esta solidão que criamos nossos deuses na ausência da solidariedade que bastar-se-ia em si mesma para que de milagre algum necessitássemos. Tudo estaria justo e perfeito na continuidade da felicidade humana.Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-86564392106313439222009-10-02T05:53:00.000-07:002009-10-02T06:20:04.336-07:00As Imaculadas Mulheres da Conceição<meta content="text/html; charset=utf-8" http-equiv="Content-Type"></meta><meta content="Word.Document" name="ProgId"></meta><meta content="Microsoft Word 11" name="Generator"></meta><meta content="Microsoft Word 11" name="Originator"></meta><link href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CADMINI%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtml1%5C01%5Cclip_filelist.xml" rel="File-List"></link><style>
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<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: Arial;">As Imaculadas Mulheres da Conceição<o:p></o:p></span></b><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Hoje voltei a São José. Ao velho e saudoso Orfanato São José, Colônia Agrícola de São Jose, que já foi Escola Normal São José e hoje é São José apenas. Não apenas por ser só isto, mas por tudo o que em si significa São José. <o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Colônia, pois assim era chamado o lugar onde se vivia da roça, na roça e na convivência pacífica dos primeiros nordestinos que chegaram à Santarém e alguns poucos caboclos, raros, que ficaram ali na terra seca, mas produtiva. Terra sem água naqueles anos idos, lá por volta de 50 e 70. Parecia ser como perseguir a dor para aqueles nordestinhos de origem sertaneja, agreste, de secas eternas, tão eternas quanto as promessas de solução e as velhas cacimbas que guardavam água das chuvas de inverno a inverno.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Naquele abrigo centenas de órfãs, muitas delas de pais vivos, recebiam alimento para o corpo e para o espírito. Ali no meio do nada e sem nada que não fosse a ajuda de governos estrangeiros na “Aliança para o Progresso”, lutavam para mudar o destino que as condenou à orfandade gratuita e sem perspectivas, pelo trabalho e pela educação. No trabalho braçal aquelas mulheres, freiras e órfãs, plantavam dezenas de hectares de arroz, cana de açúcar, feijão e mandioca e com isto eliminavam a fome de si mesmas e de seus agregados.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Há 50 anos passados orgulha-me pensar que já havia um conceito de educar para a vida na concepção daquelas educadoras. Conteúdos programáticos recheados de matérias voltadas para a realidade dos parcos recursos, de necessidades ilimitadas e do maior conhecimento da Pátria: Economia Doméstica, Educação Moral e Cívica, Organização Social e Política do Brasil, Desenho, Geometria, Canto, Música, Puericultura, Religião, entre outras, hoje esquecidas, lamentavelmente, nas grades curriculares dos velhos arquivos de seus saudosistas egressos.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Enfim voltei lá, onde vou de quando em vez, por outras razões que não as de hoje, data comemorativa dos 90 anos da escola e para o ano vindouro – 2010 – centenário da Congregação da Imaculada Conceição. Ali congregaram e ainda congregam numerosas “Conceiçãos” de outros nomes: Calixtas, Bernates, Rafaelas, Petronilas, Firminas, Consolatas, Ritas, Leodgards, Raimundas, Celinas, Antonianas, Iedas . . . meu Deus quantas imaculadas mulheres num rosário de nomes que eu não conseguiria aqui desfilar as contas.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Outras tantas, imaculadas de outras virtudes, não poderiam passar despercebidas nestes ditos rosários de contas intermináveis de Shades, Raimundinhas e Minuzas, Cotinhas e Chiquinhas (Cardoso e Dindinha). Nanã, a outra mãe, de leite e coração; Tias Marias e Izabel da minha infância sem par. Das benção de D. Elza a nos desejar fortuna todos os dias. <o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Mulheres!<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Hoje, como nunca antes acontecido, lembrei que eram mulheres: negras, mulatas, brancas, caboclas, nordestinas, alemãs, americanas do norte, holandesas. Mulheres de corpo e de dor. Mulheres do lombo dos magros cavalos e burros carregando consigo um “caçuá” de amor na sua carga solitária. Mulheres cujo prazer do corpo foi conduzido para a sublimação no amor naqueles idos anos de curas impossíveis, de tuberculoses que se transformavam em sentença e morte para muitas. Mulheres como nunca as vi, como nunca as senti, como nunca as percebi. Eram apenas freiras, irmãs. Para nós, apenas mulheres de vestes, palavras e gestos de solidariedade, generosidade e humanismo da cabeça aos pés. Mulheres movidas por um único sentimento: o do amor. Não o amor que se fala, discursa, verbaliza e promove. Eram mulheres do amor que se faz, pois fizeram.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Orfanato São José, Escola de formação de mulheres que enfim, ao passar dos anos, graças ao bom Deus, resolveram incluir-nos, aos homens, até então desprotegidos de letras e nomes, mas não desprotegidos da palavra Sagrada nas missas saudosas e contritas de Frei Rogério embaladas pelos cantos Marianos de Néo Justino, Filó, Silvano, Miguel das Freiras, Dionísio, Raimundo e Manoel Barbosa, entre outras tantas vozes que até hoje não calam e ecoam no íntimo de minhas reminiscências de sacristão, no refrão saudoso do “Oh mocidade mariana avante!”<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Das lembranças de cristão daqueles anos idos resta-me a solidão na companhia destas ditas lembranças. Tempos de padres Confessores de antes, durante e depois da missa. Confessores que na mais pura falta de concepção real da catarse psicanalítica, praticavam a mais profunda doutrina Freudiana ao tornarem-se mais que pregadores da palavra, verdadeiros terapeutas da dor da alma. E ali recomeçávamos a cada domingo uma nova vida com novos propósitos entre Cruzadas, Filhas de Marias, Marianos e Apostolados.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Tempos de grandes pregações da palavra, razão maior da ritualística, em que éramos aconselhados ao bem, à justiça e à fraternidade. Tempos de contrição e silêncio diante do Altar de Deus. Tempos anteriores a Opção Preferencial pelos Pobres, as encíclicas, aos concílios. Não era a Igreja de Deus, era a Igreja de Jesus e de seu Novo e Verdadeiro Testamento de Amor, pregados e realizados pelas abnegas Irmãs da Congregação da Imaculada Conceição e pelos Padres Franciscanos. <o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial;">Enfim, saudades e agradecimentos eternos a estas que fizeram a base inabalável da minha vida – a fé.<o:p></o:p></span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><br />
Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-67504702986134034452009-09-12T08:31:00.000-07:002009-09-12T08:33:10.881-07:00A Propósito da DemocraciaCaro Jornalista,<br /><br />Sou um caboclo amazônida, nem mais nem menos entre tantos de formação étnica comprometida pela dolência de nossos ancestrais nativos, de índios (escravos) africanos, portugueses escravocratas e espanhóis ladrões. Nem mais, nem menos. A mim ainda foi agregado sangue turco – não sei se isto atenua ou agrava a minha sucessão genética.<br /><br />O rugir de suas palavras representam todas as nossas outras contidas pela falta de espaço que você dispõe e dizem plenamente da nossa indignação. Para seu pezar e contentamento dos canalhas referenciados, infelizmente, nada significam. Mero discurso perdido entre tantos outros de igual valor e qualidade. Como no velho adágio, “os cães ladram e a carruagem passa”. Em nosso caso com uma mudança significativa: “os cães ladram, a carruagem para, joga algumas migalhas e passa”. Alguns cães, como nós, que vociferamos mais veementemente, aproveitam-se da breve parada para irrigar-lhes as rodas com nossa desprezível urina e com isto vangloriamos-nos garbosamente do feito.<br /><br />Quão inútil somos!<br /><br />Eis a democracia, meu caro jornalista: meu bem, meu mal. Ei-la, poderosa, na plenitude de seus mais profundos fundamentos, onde a maioria, no pleno exercício de seus direitos políticos elege seus governantes. O que não ficou claro na “criação de tal projeto”, a democracia, pelos nossos gregos de plantão à época deste antecipado iluminismo, é se no caso de tamanha e desqualificada maioria (nosso caso) , seriam os mesmos os princípios a serem seguidos. Hoje, distantes do princípio criador, na América do Sul, do lado de baixo do equador, no Brasil (quanta seqüência de azares demográficos), aquilo que deveria ser a mais perfeita manifestação de governabilidade transforma-se em cruel constatação de injustiças no desfilar diuturno dos escândalos palacianos.<br /><br />Parece-me que a Revolução Francesa tem algo a nos ensinar. Mas onde estão Robespierre e Rousseau ? Quem vai nos defender deste real “massacre do Campo de Marte” a que estamos sendo conduzidos por esta sintonizada orquestra de nossos “Luiz XVI” ???? Não os vejo.<br /><br />Eis, meu caro jornalista, a perpetuação da miséria humana, pela via do voto.<br /><br /><br />Pedro Paulo BuchallePedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-78105318681781336232008-09-14T06:06:00.000-07:002008-09-14T06:15:20.510-07:00O Ocaso dos Anjos ( introdução)<p class="MsoTitle" style="margin: 0cm 6.5pt 0.0001pt 0cm;"><span style="font-size: 18pt; line-height: 150%;">O OCASO DOS ANJOS</span></p><br /><p class="MsoTitle" style="margin: 0cm 6.5pt 0.0001pt 0cm;"><br /></p><p class="MsoTitle" style="margin: 0cm 6.5pt 0.0001pt 0cm;">Esta é uma obra iniciada e ainda inacabada, a qual apresento a introdução. Espero ianda este ano encerrá-la.</p><br /><p class="MsoTitle" style="margin: 0cm 6.5pt 0.0001pt 0cm;"><br /></p><p class="MsoTitle" style="margin: 0cm 6.5pt 0.0001pt 0cm;">Faço a abertura com um poema de Olavo Bilac - pertinente como poucos à conduta humana.<br /><span style="font-size: 18pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 6.5pt; text-align: center;" align="center"><i><span style="color: black;"><o:p> </o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: 6.5pt; text-align: justify;"><i><span style="color: gray;">" Não és bom, nem és mau: és triste e humano...<o:p></o:p></span></i></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: 6.5pt; text-align: justify;"><i><span style="color: gray;">Vives ansiando, em maldições e preces,<o:p></o:p></span></i></p><div style="text-align: justify;"> </div><h2 style="margin-right: 6.5pt; text-align: justify; font-weight: normal;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-style: italic;">Como se a arder no coração tivesses</span><o:p></o:p></span></h2><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: 6.5pt; text-align: justify;"><i><span style="color: gray;">O tumulto e o clamor de um largo oceano.<o:p></o:p></span></i></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: 6.5pt; text-align: justify;"><i><span style="color: gray;">Pobre, no bem como no mal padeces;<o:p></o:p></span></i></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: 6.5pt; text-align: justify;"><i><span style="color: gray;">E rolando num vórtice insano,<o:p></o:p></span></i></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: 6.5pt; text-align: justify;"><i><span style="color: gray;">Oscilas entre a crença e o desengano,<o:p></o:p></span></i></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: 6.5pt; text-align: justify;"><i><span style="color: gray;">Entre esperanças e desinteresses.<o:p></o:p></span></i></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: 6.5pt; text-align: justify;"><i><span style="color: gray;">Capaz de horrores e de ações sublimes,<o:p></o:p></span></i></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: 6.5pt; text-align: justify;"><i><span style="color: gray;">Não ficas com as virtudes satisfeito,<o:p></o:p></span></i></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: 6.5pt; text-align: justify;"><i><span style="color: gray;">Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:<o:p></o:p></span></i></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: 6.5pt; text-align: justify;"><i><span style="color: gray;">E no perpétuo ideal que te devora,<o:p></o:p></span></i></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: 6.5pt; text-align: justify;"><i><span style="color: gray;">Residem juntamente no teu peito<o:p></o:p></span></i></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: 6.5pt; line-height: 150%; text-align: justify;"><i><span style="color: gray;">Um demônio que ruge e um<span style=""> </span>deus que chora.<o:p></o:p></span></i></p><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: 6.5pt; line-height: 150%; text-align: justify;"><i><span style="color: gray;"><o:p> </o:p><span style=""> </span>(Olavo Bilac)<o:p></o:p></span></i></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-right: 6.5pt; text-align: justify;"><br /></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">. . . . . . . . .</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoBodyTextIndent" style="margin-right: 6.5pt; text-indent: 54pt; line-height: 150%;">Muitas vezes em minha vida optei pela descrença. Julguei e condenei qualquer coisa em que não fosse possível um mínimo de lógica, decretando ao Criador, como se poder tivesse para decretar tal coisa, absoluto objeto da fé de uns, fanatismo de outros e necessidade absoluta da maioria esmagadora que criava seus próprios deuses para satisfazerem seus desejos inalcançáveis. Se por este método não resolvia, na pior das hipóteses, dava-lhes força para esperar o milagre, que via de regra não acontecia, facilitando-lhes o convívio com a dor e preservando a esperança, fruto da fé, objeto finalista dos que crêem. Até porque os milagres que os homens querem estão sempre fora do alcance dos deuses, que na solidão de seu poder não conseguem, sem a cumplicidade destes tais necessitados, milagre algum fazer.</p> <p class="MsoBodyTextIndent" style="margin-right: 6.5pt; text-indent: 54pt; line-height: 150%;"><span style=""> </span>Nestas histórias de milagres e padecimentos, em que algumas são sagradas, a dor transita na mesma faixa da esperança, na contramão da fé<span style=""> </span>e, na arredia falta de convicção de si mesmos, perambulamos todos nós, crédulos e incrédulos, no exercício diário de pagas e promessas, ora cumprindo-as, ora negociando com nossos deuses e demônios. Isto porque alguns deles, deuses ou demônios, terminam por operar milagres, satisfazendo desejos que por si mesmos conseguiriam suas criaturas se melhor acuidade tivessem no diligenciar de seus atos, onde, no mínimo, rendessem às suas divindades, ao fim do dia, os créditos de seus acertos e perdões pedissem pelos deméritos auferidos.</p> <p class="MsoBodyTextIndent" style="margin-right: 6.5pt; text-indent: 54pt; line-height: 150%;">E foi assim que roguei a todos os deuses e demônios naquele momento de desespero, por não saber a qual deles servia meu assustador visitante, que um milagre ocorresse e aquela criatura pequenina e de formato angelical desaparecesse da minha frente, ou do meu lado, como de fato estava. O milagre não ocorreu, não porque me faltasse acuidade ou diligência, como sentenciei, mas por absoluta falta de impropriedade material. De fato estava ali o anjo. Eu e ele, disputando a mesma cama. Eu, de meu lado, temeroso. Ele, pelo que se via, muito mais interessado em chamar minha atenção.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">. . . . . . . .</p>Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-28591283125603818072007-10-06T07:49:00.000-07:002007-10-06T08:06:30.813-07:00A propósito da perseverança. . .A oração da SERENIDADE, dedicada aos dependentes químicos ( alcoólatras principalmente), tem grande significado também no mundo dos que têm outras dependências, como a insegurança - especialmente.<br /><br />O texto abaixo é de grande ajuda para os que queiram seguir, com calma, perseverança e serenidade, estes ensinamentos, que a mim foram de grande e inestimável valia:<br /><br /> >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>><br /><br />Estes desabafos, via textos, nada de abstrato ou utópico contêm. Estas coisas podem sim ser alcançadas se percebidas a tempo. De que tempo falamos? Do seu tempo, daí precisar ser percebido na sua concepção. A mim, lamentavelmente, aconteceu muito depois do que busquei, mas, enfim, alcancei. Espero que pelo menos eu tenha me percebido precisando mudar. E mudanças se fazem pouco a pouco, pois são um estado permanente de crescimento.<br /><br /><strong><span style="color:#009900;">Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessáriapara aceitar as coisas que não podemos modificar,coragem para modificar aquelas que podemos esabedoria para distinguir umas das outras. <br /></span></strong><br />O QUE É A SERENIDADE?<br /><br />O termo é definido do varias maneiras: a calma, o sossego, a paz e tranqüilidade, a paz da mente, o equilíbrio emocional, o estado não perturbado, o sangue frio e o domínio de si. Contudo, do ponto do vista prático, talvez a melhor definição seria “a capacidade de viver em paz com os problemas não resolvidos".<br /><br />A Oração da Serenidade fala em “aceitar as coisas que não podemos modificar”. A aceitação não deve ser confundida com a indiferença. A indiferença deixa de distinguir entre as coisas que podem e as que não podem ser mudadas. A indiferença paralisa a iniciativa. A aceitação libera a iniciativa, aliviando-a das cargas impossíveis. A aceitação é um ato do livre arbítrio, que para ser eficaz requer a coragem moral de se persistir apesar do problema imutável. A aceitação liberta o aceitante, rompendo-lhe as cadeias da autopiedade. Uma vez aceito o que não pode ser modificado, a gente fica livre para empenhar-se em novas atividades.<br /><br />Foi dito que uma mente imatura procura um mundo idealístico. Queiramos ou não, precisamos encarar o mundo da realidade e aceitar a vida tal qual ela é, com todas as suas crueldades e inconsistências. Talvez, em ultima análise, o inicio da sabedoria esteja na simples admissão de que as coisas nem sempre são como queríamos que fossem. E que nós mesmos somos imperfeitos e não tão bondosos e trabalhadores quanto gostaríamos do ser.Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-1171758442280047382007-02-17T16:03:00.000-08:002007-02-17T16:31:46.270-08:00Perceber ou não, eis a questão !<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://photos1.blogger.com/x/blogger/3041/2555/1600/466324/Cria%3F%3F%3F%3Fo.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="http://photos1.blogger.com/x/blogger/3041/2555/320/823183/Cria%3F%3F%3F%3Fo.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><span style="font-family:courier new;"><br /><br />...<span style="font-weight: bold;">perceber é minha sina</span>. Prefiro navegar na percepção do revolto e incógnito mar dos odores e gestos, ao mundo das fáceis e falsas palavras.<br /><br /> <span style="font-size:85%;">Buchalle, Pedro Paulo (O Ocaso dos Anjos. 2004)</span><br /></span><br /><span style="font-family:courier new;">----------------------------------------------------------------</span>Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-1154998373792747262006-08-07T17:51:00.000-07:002006-08-07T17:52:53.806-07:00Extremos<strong><span style="font-size:180%;">Extremos<br /></span></strong><br /><br />Quando te falo em carinho<br />Tiro da rosa o espinho<br />Pra te dar somente a flor.<br />Quando te falo de beijo<br />Da boca tiro o desejo<br />Pra te dar somente amor.<br /><br />Mas se desejos e espinhos<br />Se misturam entre os carinhos<br />Quando te falo de amor,<br />É porque desejos e espinhos<br />Fazem parte do caminho<br />De quem te doou a flor.Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-1154987031273516552006-08-07T14:41:00.000-07:002006-08-07T14:43:51.286-07:00Paragem<strong>PARAGEM<br /></strong> <em> by pedro paulo </em><br /><div align="left"><br />Eu vou para um lugar em que eu<br />Possa fazer nascer rios de lágrimas<br />Sem que precise estar triste.<br />Vou deitar cansado no fim de um<br />Dia cheio de sonhos<br />No fim de uma praia qualquer<br />E assistir ao sol se por mais uma vez.<br /><br />Vou olhar nos olhos dos rostos<br />Morenos queimados de sol<br />E falar de chuvas, de secas e<br />Dos cardumes de peixes<br />Que nas manhãs de agosto saem no baixo<br />Do lago que sobe o rio.<br /><br />Vou misturar abraços em<br />Braços que margeiam lábios que<br />Por tudo neste mundo sorriem<br />Com graça. Vou ficar calado.<br />Vou mirar a boca que faz<br />Do corpo um sorriso todo<br />Parecer criança e beijar a<br />Certeza de que é eterno.<br /><br /> </div>Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-1153452855149320842006-07-20T20:14:00.001-07:002006-07-20T20:34:15.183-07:00A Solidão dos Homens<div align="left"><strong>A SOLIDÃO DOS HOMENS</strong></div><div align="left"><strong><br /></strong><em> Por Pedro Paulo Buchalle (25/12/04)</em></div><div align="left"><em></em><br /><br />É natal e andei pensando, comovido pela data que desde a mais tenra infância reverencio, no quanto estamos sós.<br /><br />Imaginei-me na lua e de lá ter a perspectiva da terra com o todo do universo. Vi de lá a imensidão infinita e do quanto somos minúsculos diante deste todo sem alcance, tão somente pela amplitude do espaço, sem considerar a discussão da criação. Mesmo um planeta do tamanho da terra, sob este prisma, está perdido no espaço sideral.<br /><br />Há 130 mil anos fomos enquadrados na categoria dos “homo sapiens”, o que deduz inteligência, racionalidade, capacidade de escolha. Sabedoria. Desde então criamos nossos deuses. Todos. Decidimos o destino do espírito, outra criação dos homens, para a pós-morte, com base na inspiração de alguns, no medo de outros e na sagacidade do restante, hoje maioria, que sob a égide da cruz, do espinho, do flagelo e da dor, negociam para a eternidade, ao preço do dízimo, o repouso eterno: O grande final!<br /><br />Mas a verdade, a grande verdade, é que estamos sós. Desesperadamente sós coexistindo, coabitando e convivendo com nossas crendices, supertições e medos, buscando no imensurável, impalpável e imaterial a verdade derradeira, o último apoio antes de se sucumbir ao inalcançável, antes que a morte, certeza absoluta, chegue de malas prontas para a viagem derradeira.<br /><br />O inconcebível, diante desta verdade absoluta, porque não é razoavelmente contestável, é que a grande maioria dos homens recusa-se a compreender a grandeza da solidariedade e da generosidade e passa a vida acumulando riquezas em nichos cada vez mais restritos e em quantidades infinitamente maiores que sua capacidade de consumo, marginalizando e multiplicando milhões de famintos, entregues à própria sorte, numa economia que se engessa na medida em que não se multiplica a riqueza pela geração de trabalho. <br /><br />E ao final nada acontece. Lá se vão alguns milhares de anos em que não conseguimos definir, que não seja pela fé, no de onde viemos e pra onde vamos. Teses e mais teses se misturam nesta necessária busca. Muitas vezes em minha vida optei pela descrença. Julguei e condenei qualquer coisa em que não fosse possível um mínimo de lógica, decretando ao Criador, como se poder tivesse para decretar tal coisa, mero objeto da fé de uns, fanatismo de outros e necessidade absoluta da maioria esmagadora que cria seus próprios deuses para satisfazer seus desejos inalcançáveis.<br /><br />Se por este método não resolvia, na pior das hipóteses, dá-nos força para esperar o milagre, que via de regra não acontece, facilitando o convívio com a dor e preservando a esperança, fruto da fé, objeto finalista dos que crêem. Até porque os milagres que os homens querem estão sempre fora do alcance dos deuses, que na solidão de seu poder não conseguem, sem a cumplicidade destes tais necessitados, milagre algum fazer.<br /><br />Nestas histórias de milagres e padecimentos, em que algumas são sagradas, a dor transita na mesma faixa da esperança, na contramão da fé e na arredia falta de convicção de si mesmos, perambulamos todos nós, crédulos e incrédulos, no exercício diário de pagas e promessas, ora cumprindo-as, ora negociando com nossos deuses e demônios. Isto porque alguns deles, deuses ou demônios, terminam por operar milagres, satisfazendo desejos que por si mesmos conseguiriam suas criaturas se melhor acuidade tivessem no diligenciar de seus atos, onde, no mínimo, rendessem às suas divindades, ao fim do dia, os créditos de seus acertos e perdões pedissem pelos deméritos auferidos.<br /><br />Vi, nestas quase cinco décadas vida, das quais quatro delas dedicadas ao entendimento desta relação entre o homem e o Criador, por mais precoce que pareça ter dedicado a isto meus primeiros anos de vida, de quantas dúvidas tive e dos raros entendimentos obtidos pelo caminho da razoável compreensão. De tudo o que consigo vislumbrar há muito mais a duvidar do que crer nesta relação. São tantas as contradições que se torna insuportável aceitar esta paternidade de bom grado e sem o entendimento de enorme injustiça, ou, se crendo no princípio, na omissão. Porque não é inteligente ou racional compreender tamanhas diferenças ou tamanho abandono. E o que mais compromete o entendimento é o conceito de liberdade que perdemos com o tempo, principalmente depois dos dogmas que alegam os homens ser vontade do Pai, vontade esta, dita, sentenciada e imposta pelos homens, em Seu nome, sem qualquer vislumbre racional que não seja pela fé, e até por esta mesma posta em dúvida.<br /><br />Da pré-história ao momento atual muito perdemos depois da crença que nos outorgam os homens supostamente enquanto princípios divinos. Vivemos sob o domínio do medo. Perdemos o que de mais belo há na liberdade que é a inocência, pela capacidade de admirarmo-nos do mundo que nos rodeia e do belo que o constitui, pois nem mesmo acabamos de nascer, sem que escolha alguma tenhamos, já nos impõem o certo e o errado, o bom e o ruim, o bem e o mal que nos espera. Não seria mais fácil deixar-nos seguir pela intuição que a tantos beneficiam, entre todas as espécies, que instintivamente caminham felizes pelo mundo a fora? De que animais, destes objetos da criação que conhecemos, que está ou é infeliz pela ausência do da razão? Destes mesmos, quais, não sentem ou sofrem na medida exata das dores que lhes são causadas, sem ter que acrescentar a elas os conceitos de certo e errado, objetivamente impostos ao homem em nome de cada um de seus deuses?<br /><br />Como transitar nestes inversos e reversos em que a liberdade oprimida para uns, pela crença que lhes é imposta, vê-se sucumbida pela força dos tantos outros, livres da submissão dogmática, que aprisiona e tornam insuportável o dia a dia daqueles ? E quem nesta vida lhes salvará ? E que prêmio está na outra vida, onde um céu espera pelos sofredores ? E o céu desta vida, onde está ? Que garantia se tem desta utopia da felicidade não terrena ? Quando chegarão a mão e a espada há dois mil e poucos anos prometida ?<br /><br />Somos governados pelas leis de poucos homens, que em seu beneficio legislam e pela força as validam; somos observados diuturnamente por outras leis, ditas divinas, mas também feitas pelos homens, e que mais que pela força a validam, porque maior que a força da espada é a força da palavra, cunhadas ao longo dos anos em nossas mentes, das quais não conseguimos afastar-nos.<br /><br />Não sei se o mundo consegue ver como eu vejo e sinto o tamanho da solidão dos homens. Afirmamos o que desconhecemos com a mesma propriedade com que conceituamos uma árvore, uma rocha ou outra qualquer destas espécies que nossos sentidos captam. Se há imaterialidade, como podemos afirmar o impalpável que não seja pela fé ? E se por esta afirmamos, que é compreensível, em face da necessidade de cada um na sua incapacidade de bastar-se a si mesmo ou pelo mundo que o rodeia, não é contraproducente transformar estas verdades subjetivas e individuais em necessidades coletivas, impondo a infantes felizes e admirados com as obras do Criador um credo que não podem por si mesmos legitimar ?<br /><br />Neste mesmo sentido, Olavo Bilac assim se manifestou, nas palavras de um poema que o tempo não apagará :<br /><br />“. . .Não és bom, nem és mau: és triste e humano...<br />Vives ansiando, em maldições e preces,<br />Como se a arder no coração tivesses<br />O tumulto e o clamor de um largo oceano.<br />Pobre, no bem como no mal padeces;<br />E rolando num vórtice insano,<br />Oscilas entre a crença e o desengano,<br />Entre esperanças e desinteresses.<br />Capaz de horrores e de ações sublimes,<br />Não ficas com as virtudes satisfeito,<br />Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:<br />E no perpétuo ideal que te devora,<br />Residem juntamente no teu peito<br />Um demônio que ruge e um deus que chora”</div>Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-1146012512189993862006-04-25T17:47:00.000-07:002006-04-25T18:04:54.786-07:00Carta a uma amiga apaixonada_2<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="">Caríssima<o:p></o:p></span></p><span style=""><o:p></o:p></span><span style="">Terminei de ler uma obra muito interessante: A História da Humanidade. Na realidade a história dos homens. Mas a bem da verdade, mesmo, a história do homem, que não a mulher. Isto porque, pelo que estou a concluir, não existe parte de história<span style=""> </span>alguma nesse mundo de meu Deus, não importa se geografia, física ou filosofia, entre tantos outros, que não seja um retrospecto da relação de interesse do homem, do macho, com estas ditas coisas.<o:p></o:p></span> <p class="MsoBodyText"><span style="">Deves estar pensando, querida, onde entro eu, nesse contexto? Podes apostar que estou sorrindo. Mas não de deboche, pela presumível falta de previsibilidade que meu ingrato senso de valor possa estar a te imprimir. Nada disso. Sorrio por que gosto de sorrir quando escrevo coisas que me agradam. (para pessoas que me agradam, no que peço permissão para incluí-la). Ocorre, que tem muito mesmo a ver contigo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText"><span style="">A humanidade, minha cara, é prepotente ao ponto de eleger-se filha direta do Criador quando ousa afirmar ter sido criada à sua imagem e semelhança. Uma absoluta inversão do ônus da prova. Ousando assim, dizem terem sido concebidos por mero narcisismo, ao se julgarem perfeitas. Isto porque, em sendo a espécie mais imperfeita entre todas do universo, é o mesmo que determinar ser o Criador, por igualdade e semelhança,<span style=""> </span>imperfeito também. Quanta pretensão dessas criaturinhas engenhosas. Insignificantes construtores de muros, como bem o dizes.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText"><span style="">Mas afinal o que é perfeito e o que é imperfeito? Seriam subjetivos estes conceitos? De modo geral sim, cada um acha o que bem entender de certo e de errado. Mas existe um básico conceito que determina objetivamente estes dois elementos. E se formos analisar, apenas pra brincar um pouco com a fértil imaginação a que fomos condenados, poderemos fazer alguns paralelos entre algumas espécies, também criaturas divinas, e a nossa condição humana. Te garanto que estamos em desvantagem, logo de cara, com a raposa e o pelicano, espécies que são solidárias até a morte na constituição de suas proles, na solidariedade com seus pares no grupo social em que vivem. E por ai vão um sem número de exemplos que o DISCOVERY CHANEL mostra 24 horas por dia na TV a cabo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText"><span style="">Deves continuar a te perguntar: Espera aí, amigão, e onde entro eu nessa história? Vou te conduzir, minha cara, pouco a pouco, nesse intricado mundo de verdades relativas e mentiras absolutas. Entre elas, a paixão (paixão ou amor? ou teria outra expressão para definir a invasão de privacidade que promovemos com o outro? Nunca consegui definir bem esses ditos pares de sentimentos...), entre outros males.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText"><span style="">Devo afirmar, pela experiência dos meus 48 anos de vida conjunta com outros humanos, isto porque o homem já descobriu tudo nesse planeta, que não há ilha deserta alguma que eu possa me refugiar como ermitão, que a liberdade a ser conquistada quando se divide o mesmo leito com um estranho, é algo quase inalcançável neste universos de diferenças que nos dividem enquanto sujeitos ativos de direitos e obrigações recíprocas. E não há felicidade sem liberdade. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText"><span style="">Aí entra você, minha cara. Demorou mas chegou.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText"><span style="">Já repensastes no conceito de liberdade que firmastes com teu par estes anos todos? Não o conceito objetivo, mas o teu, aquele que te repreende ou amargura ou te regozija em face do outro. No seu fazer ou não fazer em relação a ti. Na ação ou omissão com que teus interesses pessoais são tratados. <i><u>E para isso minha querida, não há previsão de reciprocidade</u></i>. Parece estranho não? Como não haver recíproca? Como dar sem receber? Injusto?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText"><span style="">Por mais acertado que seja o objeto do contrato que determina estas tais relações conjugais, de direito ou de fato, o que conta mesmo não é o formal. Pode ser que todas as cláusulas legais estejam sendo cumpridas na mais perfeita harmonia; o que conta mesmo são as diferenças. O conjunto de desigualdades que nos obriga a ser desiguais nesta relação. Lembremos que “os desiguais devem ser tratados na medida de suas desigualdades. Tratar desiguais com igualdade é desigualdade flagrante”. Desta premissa deduz-se que o que esperamos receber do outro não significa ser exatamente o que daremos. E o inverso se aplica.<span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText"><span style="">Seria pretensão desdizer o senso empírico que afirma ser a felicidade a dois uma eterna troca de submissões? Eu acredito nisso. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText"><span style="">Abraços<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText"><span style="">PP<o:p></o:p></span></p>Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-1146012057825324852006-04-25T17:38:00.000-07:002006-04-25T18:01:27.246-07:00Carta a uma amiga apaixonada_1<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="">Caríssima<o:p></o:p></span></p><span style=""><o:p></o:p></span><span style="">Fiquei, como você, matutando, olhando de soslaio suas palavras. Li, reli e pensei: não estaria eu, daqui, tão distante, remoendo dores a quem precisa de afago na alma? Não estaria meu ceticismo construindo muros ao invés de construir pontes? Não estaria eu regando a outra semente, que não a do bem, com<span style=""> </span>a frieza com que tratei suas dores?<o:p></o:p></span> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="">Não. Não fiz isto.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=""><o:p></o:p>Na realidade te falei da minha experiência e da forma inteligente de como conduzi minha felicidade, subjetiva por natureza, na medida em que cada um de nós determina os padrões de sua própria, absoluta e individualizada forma de ser feliz. Ocorre que mesmo o mais subjetivo dos conceitos que tenhamos acerca deste ou daquele tema, principalmente quando se trata de sentimentos, algo de básico, peculiar e típico existe e deve ser preservado: a reciprocidade.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="">Sou um fraco, minha cara, na medida em que fugiria de qualquer luta, que por dever devesse ser conjunta, sem que existisse absoluta<span style=""> </span>dualidade de sentimentos; se a reciprocidade verdadeira entre estes guerreiros não fosse suficientemente verdadeira que não tornasse estas pelejas do dia a dia uma via de mão dupla.<span style=""> </span>Sou possessivo. Não divido o outro. Até permito, naquilo que a permissibilidade humana me enseje, sem fugir às regras da ética, que parte do todo seja divisível, mas sem que a parte restante perca, da principal, a essência. Se fosse algo geneticamente explicável, quiçá fosse, nestas divisões a que se permitem os humanos, quaisquer das partes divisíveis manteriam o padrão genético: a essência seria preservada. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="">Mas, feliz ou infelizmente, para estes e aqueles, nestas tais divisões, em que parte sai à caça, e tem bom proveito, isto no sentido da mera captura, a outra parte, sofrida, limita-se a guardar as crias, enquanto o caçador, saciado, dorme à sono solto, sob a vigília de suas lágrimas. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="">Isto é imoral.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="">Gostaria muito, amiga, de conhecer deste sentimento de que tanto se fala, em verso e prosa. Não tenha pena de mim, lhe peço. Neste mundão de meu Deus, a Arca se predispôs, por definição Dele, a abrigar todas as espécies, entre estas as de minha característica. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="">Sou moldado pela razão, nela respiro e quero expirar com ela.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="">Nesta equação simétrica, deve haver sempre um resultado inteiro e indivisível: a<span style=""> </span>recíproca. Ou está errada a solução. Aí refazem-se as contas, trocam-se os números, mas nunca o resultado pode ser alterado, por mera conveniência de uma das partes. Na recíproca verdadeira, verdadeiro deve ser o conceito de que as partes, mesmo antagônicas, cooperem entre si. Não fosse isso, como sobreviver a concorrência que seria sanguinária, não houvessem estas partes, mesmos opostas, que manter um mínimo de cooperação?<span style=""> </span>Ora, se entre oponentes é necessário, que dizer dos que se associam no afeto, na coexistência, na coabitação e no coito? <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="">Somos meros contratantes até nos relacionamentos íntimos, que apenas por desatenção alguns pares comentem o equívoco do falso orgasmo, fazendo nascer daí o grande complicador de todos os acordos: a passionalidade que afasta a razão, objeto principal da mais justa aplicação de direitos e deveres recíprocos a que estão obrigados os que contratam entre si.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="">Isto parece ser extremamente tecnicista, mas me agrada pelo resultado obtido historicamente, por si só bem mais atraente que o outro, via de regra rescindido pela tragédia. Eu te diria, minha querida, que mesmo o orgasmo querido e desejado, seja pelo prazer em si, meramente irracional e portanto instintivo, ao cio a que todos estamos sujeitos; seja por este mesmo desejo que pode ser complemento ao bem estar com o parceiro com quem o dividimos, deve ser objeto da razão.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="">Podes achar que um dia eu venha te desdizer tudo o que hoje afirmo.<span style=""> </span>Não seria razoável, ao meu ver, que a idade, que tem o condão de amadurecer pelo decurso do tempo, pudesse diminuir o meu aprimorado sentido de razão, para imprimir em mim esse diminuto sentimento que ao longo do tempo tem causado tanta dor, tantas perdas irreparáveis; objeto de tantas tragédias, das contadas e das omitidas, onde por certo são as últimas maioria. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="">Permito-me navegar<span style=""> </span>no mar calmo da razão, mesmo que dessa vida não conheça das benesses propagadas da paixão, há tanta contada em versos e prosa. Prefiro o cio despretensioso que nos atrai a todos da mesma espécie, que o dia a dia das ardentes desilusões.<o:p></o:p></span></p><span style=""><o:p></o:p></span><span style=""><o:p></o:p></span><span style="">Um abraço.<o:p></o:p></span> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="">PP<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=""><span style=""> </span><o:p></o:p></span></p>Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-1146011415902234782006-04-25T17:23:00.000-07:002006-04-25T17:59:52.366-07:00Carta a uma amiga apaixonada<span style=";font-family:";font-size:100%;color:#000000;" >Caríssima,<o:p></o:p></span> <p class="texto" style="text-align: justify;"><span style=";font-family:";font-size:100%;color:#000000;" ><o:p> </o:p></span></p> <p class="texto" style="text-align: justify;"><span style=";font-family:";font-size:100%;color:#000000;" >Não poderia eu, inquisidor no limite que me permite o outro, deixar de questionar nada nesse mundo. Principalmente se o assunto é de amor, esse sentimento que de tão nobre, ao ser confundido passa a ser demente, ao permitir-se, pelo desvio da loucura, que é a paixão, esse entender abstrato que consome a vida de um em detrimento da suposta felicidade do outro, numa via de mão única, em que sempre colidem, por trafegar na contramão da razão, esses ímpares seculares: amor e paixão.<o:p></o:p></span></p> <p class="texto" style="text-align: justify;"><span style=";font-family:";font-size:100%;color:#000000;" >Me parece, por tudo o quanto andei ouvindo nesses anos de vida, que os amantes são infelizes ao pretenderem dar longevidade a esse sentimento ao invés de transmutá-lo diariamente ao convívio pacífico da razão.<o:p></o:p></span></p> <p class="texto" style="text-align: justify;"><span style=";font-family:";font-size:100%;color:#000000;" >Daí permito-me, com a devida vênia da querida amiga, tecer estas considerações pertinentes ao tema, é certo, desenvolvido por algum coração inspirado pela benevolência inicial a que se submetem todos que desta forma de amor conhecem apenas os primeiros passos.<o:p></o:p></span></p> <p class="texto" style="text-align: justify;"><span style=";font-family:";font-size:100%;color:#000000;" >Estou parecendo, assim te falando, que pouco ou quase nada desse sentimento cultivo. Mas não é bem assim, minha querida amiga, e sabes disso. Meu conceito ao tema, que é avalorativo, dada sua subjetividade, afinal por ele matam e morrem uns e outros, não é dos melhores. Prefiro o companheirismo saudável; a amizade sincera; a sociedade conjugal fática; o cumprimento recíproco das obrigações para consigo e prole respectiva e a satisfação dos libidos, que os anos por si só enfraquecem, movidos pelas menopausas e andropausas da vida. Ou que se enfraqueçam por si mesmos, no acostumar-se do cheiro, tato e paladar, que a mãe natureza, inteligentemente movida pela razão divina, tratou de enfastiar-nos. <o:p></o:p></span></p> <p class="texto" style="text-align: justify;"><span style=";font-family:";font-size:100%;color:#000000;" >Seria isso amor ?<o:p></o:p></span></p> <p class="texto" style="text-align: justify;"><span style=";font-family:";font-size:100%;color:#000000;" >Não quero ser duro, mas minha razoabilidade não me permite<span style=""> </span>o amor na forma conceitualmente aferida. Sou razão, cara amiga,<span style=""> </span>mesmo quando me determino à busca de algumas GRANDES emoções, que por força da dita razão, por si só se justificam. Entre elas está a MIRA, objeto maior de minhas realizações; companheira inseparável no sol e na sombra; mãe dos meu filhos queridos; sócia de inegável valor patrimonialmente agregado; ouvinte de tamanha leveza, que chega a me ensurdecer com o silêncio de seu olhar cauteloso diante de minhas falsas eloqüências.<o:p></o:p></span></p> <p class="texto" style="text-align: justify;"><span style=";font-family:";font-size:100%;color:#000000;" >Seria isso o amor ?<o:p></o:p></span></p> <p class="texto" style="text-align: justify;"><span style=";font-family:";font-size:100%;color:#000000;" >Se for, concordo com você e com o texto que me enviastes. Poeticamente perfeito. Politicamente incorreto. Estou te falando com a razão a que me proponho, pois, posso te dizer com alguma propriedade, que de razão e coração conheço muito;<span style=""> </span>se poucas emoções me permiti viver, das razões a que me propus, em todas elas, foi mais alcançável o objetivo final que a do outro, o coração, sempre vencido, quer ganhe ou perca: por maledicência da natureza o coração é sempre perdedor.<o:p></o:p></span></p> <p class="texto" style="text-align: justify;"><span style=";font-family:";font-size:100%;color:#000000;" >Isso tudo ( ou esse nada de que te falo ) não tem a pretensão de te corrigir a rota, ou a indagação discreta de sequer sabe-la. Mas seria negar o óbvio, que não me permito em respeito a sua inteligência, nem a minha, se negasse a mim mesmo o que vejo passar em seus olhos tristes. Que os vi.<o:p></o:p></span></p> <p class="texto" style="text-align: justify;"><span style=";font-family:";font-size:100%;color:#000000;" >Mas nada há de mais comovente que um coração que chora. E eu já vi o seu chorando. Mas ai vai um paradigma final para ser quebrado: “Dizem que no mundo há dois tipos de pessoas – As que choram e as que vendem lenços”. Onde estás ?<o:p></o:p></span></p> <p class="texto" style="text-align: justify;"><span style=";font-family:";font-size:100%;color:#000000;" >Um abraço do amigo !<o:p></o:p></span></p> <p class="texto" style="text-align: justify;"><span style=";font-family:";font-size:100%;color:#000000;" >PP<o:p></o:p></span></p>Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-1145057016277799632006-04-14T16:17:00.000-07:002006-04-14T16:23:36.296-07:00Receita pra ser DEUS !<p style="font-weight: bold;" class="MsoTitle"><span style="font-size:130%;">RECEITA PARA SER DEUS</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><o:p> </o:p></span><br /><b><i><span style="font-family: Verdana;">Da leitura que fiz deste texto, organizado originalmente de maneira diversa da que ora apresento, numa ousadia que me permiti tomar, no sentido de fazer possível o entendimento ao profundo ensinamento apresentado, restou-me demasiado incômodo. Incomodou-me ver até então ausentes de minha vida alguns pontos que entendo como desejáveis à conduta humana. <o:p></o:p></span></i></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><i><span style="font-family: Verdana;"><o:p></o:p>O pressuposto básico na apreensão de conhecimentos passa obrigatoriamente pela capacidade de metabolizar. Como um organismo vivo que somos, e ai antecipo um princípio deste texto, de que a tudo somos análogos a natureza, devemos rejeitar os excessos e absorver<span style=""> </span>a<span style=""> </span>essência.<o:p></o:p></span></i></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><i><span style="font-family: Verdana;"><o:p></o:p>A imperfeição a que estamos sujeitos pela falibilidade humana não nos permite realizar esta desejável conduta na plenitude a que se refere e aconselha o autor. O imaginável, e mais vez recorro ao princípio da razoabilidade, é que a prática de tais anti-condutas obedeçam a um critério de mais valia; que possamos, no nosso dia a dia, ao praticá-las, ferirmos o menos possível ao outro, na realização destes desejos subjetivos a que estamos todos condenados. É como se devêssemos dar certo grau de prioridade à estas ditas condutas ao critério pretendido.<o:p></o:p></span></i></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><i><span style="font-family: Verdana;"><o:p></o:p>Por certo não nos levará o texto, a nenhum de nós, à divindade pretendida pelo tema; é certo, entretanto, que tais ensinamentos, na última das hipóteses, se seguidos, tornarão possível por absoluta razoabilidade, aproximar na medida da permissibilidade divina,<span style=""> </span>Criador e criatura.<o:p></o:p></span></i></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><i><span style="font-family: Verdana;"><o:p> </o:p></span></i></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><i><span style="font-family: Verdana;">Bom proveito !<o:p></o:p></span></i></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><o:p></o:p></span><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" >Pedro Paulo Buchalle.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><o:p> * * * * * </o:p></span><span style="font-family: Verdana;"> * * * * * </span><span style="font-family: Verdana;"> * * * * * </span><span style="font-family: Verdana;"> * * * * *</span></p> <p style="font-weight: bold;" class="MsoTitle"><span style="font-size:130%;">RECEITA PARA SER DEUS</span></p> <p class="MsoSubtitle"><span style="font-family: Verdana;"><o:p> </o:p></span><br />Pitágoras</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;">“. . .<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><span style=""> </span>Honra primeiramente os deuses imortais, conforme o grau de preeminência, que tem destinado a lei às suas hierarquias.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><span style=""> </span>Respeita com igual observância o juramento; depois venera os heróis cheios de bondade e de luz;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><span style=""> </span>Rende também a mesma veneração aos gênios ou jinas subterrâneos, dando-lhes o culto, que legitimamente lhes é divido.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><span style=""> </span>Honra com semelhante obsequio a teu pai, e a tua mãe e a teus parentes mais chegados.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><span style=""> </span>Entre a multidão dos outros homens, tu, com a tua virtude, faze-te amigo de todo aquele que por ela mais se distingue.<span style=""> </span>Cede sempre às suas brandas advertências e relevantes ações. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><span style=""> </span>E não te ponhas logo, por qualquer leve falta, mal com teu amigo, enquanto puderes, porque o poder mora junto com a necessidade.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><span style=""> </span>Sabe pois que assim te incumbe observar estes preceitos, mas vai contraindo hábitos de vencer as paixões.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">E primeiro que tudo a da gula, e do sono, também a da concupiscência, e da ira.<span style=""> </span>Nem jamais cometas<span style=""> </span>ação alguma torpe, nem com outrem<span style=""> </span>nem contigo só em particular; e sobretudo peja-te de ti mesmo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Em conseqüência disto, assim nas tuas mãos, como nas tuas palavras, costuma-te a praticar a justiça e a não te portares em coisa alguma com imprudência.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Mas faze sempre esta reflexão, que decretado está pelo Fado a todos o morrer: é que os bens da fortuna se costumam efetivamente umas vezes adquirir, outras perder.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">No tocante ao grande número de misérias da vida, que os mortais padecem por divina fortuna, já que é força e te caiba delas por sorte alguma parte, sofre-as todas com ânimo resignado e não te mostres impaciente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">O que porem te importa fazer é sanear a quebra dessas desventuras, o quanto estiver na tua mão, e nestes termos considera: que o Fado nem por isso permite que sobre as pessoas de bem venha grande tropel destas calamidades.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Ora ouvem-se fazer entre os homens muitos discursos, uns bons, outros maus por cuja causa nem te acovardes no exercício da virtude, nem te deixes acaso apartar do teu medo de viver; mas se porventura se proferir alguma falsa proposição, arma-te da paciência, usando com todos de brandura.<span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Cumpre à risca em tudo e pó r tudo com a máxima que te vou já inculcar:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Ninguém te arraste, nem por palavra, nem por oba, de modo algum. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Consulta e delibera sempre antes de obrar, para que não chegues a por em execução algumas ações ineptas e temerárias.<span style=""> </span>Porquanto é de homem eslidamente desgraçado não só obrar se não também falar sem tento, nem consideração.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Mas tu nada efetuas sem antes coisas algumas tais que ao depois te não sirvam de tormento.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">E não te metas a fazer coisa alguma das que não sabes; mas aprende tudo quanto cumpre saber e, deste modo, passarás uma vida mui alegre e deleitosa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Nem é justo, quanto ao penso do corpo, haver descuido na conservação da saúde dele; mas importa guardar uma justa mediana tanto no beber como no comer e nos exercícios.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Dou pois o nome de mediana a tudo aquilo que te não causar moléstia nem aflição.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Costuma-te, por isso, a ter um tratamento asseado sim e decente, mas sem delicadeza nem luxo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">E guarda-te muito de fazer qualquer daquelas ações que trazem consigo a repreensão e vitupério de todos os homens.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Não faças gastos fora do tempo, como quem esta muito alheio ao decoro, nem tão pouco sejas mesquinho, pois por onde a mediania em todas as coisas é ótima.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Assim que fazem só aquelas coisas que te não prejudicarem e considera as bem, antes de as pores em obra.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Nem dês entrada ao sono em teus lânguidos e cansados olhos se não depois que examinares a consciência, discorrendo por cada uma das ações daquele dia: em que matéria transgredi ?<span style=""> </span>E que fiz eu ?<span style=""> </span>Que obrigação indispensável deixou de ser por mim cumprida ?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">E começando desde a primeira, continua com o exame até a ultima de tuas ações; e depois, no caso que tenhas obrado mal, repreende-te e, se bem, regozija-te; nestas coisas trabalha, nestas medita, nestas convém que empregues o teu amor.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Todas elas te sublimarão a dirigir teus passos pelos vestígios da virtude divina. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana;"><span style=""> </span>Sim, eu to afirmo e juro por aquele que deu à nossa alma o conhecimento do Quaternário, fonte de sucessiva natureza.<span style=""> </span>Mas põe só mãos a esta grande obra depois de teres pedido aos deuses que te ajudem a levar ao fim o que vás empreender, tendo-te já prevenido e corroborado com estes requisitos : conhecerás tanto dos deuses imortais, como dos homens mortais as hierarquias até onde não só cada um dos mencionados entes se estende, mas ainda até onde se limita.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Conhecerás também, segundo a Lei de Deus supremo, ser em tudo análoga a Natureza, de maneira que nem tu viras a conceber esperança do que não é para esperar, nem para ti será incógnita coisa alguma deste mundo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Conhecerás igualmente que os homens padecem os males, a que estão sujeitos, por sua própria escolha. Desgraçados homens, que não reparam nos bens que têm à mão, nem ouvidos lhe querem dar; e assim poucos chegam a saber livrarem-se dos seus males.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Tal é a sorte que cega os entendimentos dos mortais, que por isso eles, à maneira de cilindros, rodam de uns para outros vícios, padecendo calamidades sem fim.<span style=""> </span>Porquanto aquele pernicioso combate, que a todos acompanha e com todos nasce, é o mesmo que, sem eles por isso atentarem, os traz enfatuados e perdidos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Combate que não convém atiçar, mas sim cada um fugir dele cedendo à razão.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">De quantos males por certo livrarias, ò Júpiter, Pai Soberano, a todos os homens no caso que a todos fizessem conhecer de que demônio eles se servem!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Tu porem cobra grande animo, visto ser divina a prosápia dos mortais a quem a sagrada Natureza, infundindo-lhe, manifesta cada uma das coisas respectivas ao próprio conhecimento.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">Das quais se de modo algum te achas participante, chegaras a conseguir o pretendido fim das máximas que te prescrevo : depois de teres curado a indisposição das paixões, livraras a tua alma de todos os trabalhos e moléstias.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoBodyText" style="text-indent: 35.4pt;">Mas abstém-te dos manjares que nós temos proibido, tanto nas purificações, como no livramento d’alma, discernindo entre uns e outros; e pondera bem cada um destes preceitos, constituindo a razão mais adequada por cocheiro para ter de parte superior as rédeas da carreira de tua vida.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Verdana;">E se depois de te veres já despojado do corpo, chegares à pura região do etéreo assento, será um Deus imortal, incorruptível e nunca mais sujeito, daí por diante, à jurisdição da morte.<o:p></o:p></span></p>Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-1143243179593720932006-03-24T14:59:00.000-08:002006-03-27T17:19:07.750-08:00De olhos fechados. . . MIRA<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/3041/2555/1600/Mira.jpg"><img style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/3041/2555/320/Mira.jpg" border="0" /></a><br /><span style="font-size:180%;"><strong>Encanto<br /></strong></span><em>By Pedro Paulo Buchalle . . . pra Mira com CARINHO !</em><br /><br /><br />Durmo suspirando tua distância. . .<br /><br />..."Quisera bastar-me em mim no penar que me consome,<br />A cada vez que tuas carícias são sentidas<br />No turbilhão de saudades que é teu nome.<br /><br />A este frenesi de aromas acompanha<br />Perfume e vinho despercebidos<br />A se misturar aos meus desejos,<br />E na procura ansiosa de teus beijos,<br />Vejo teus seios desenhados e perdidos<br />Nas curvas desnudas da montanha.<br /><br />Acordo aspirando tua lembrança" . . .<br /><a href="http://photos1.blogger.com/blogger/3041/2555/1600/P1010006.0.jpg"><img style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/3041/2555/320/P1010006.1.jpg" border="0" /></a>Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-1143205134312411142006-03-24T04:37:00.000-08:002006-03-24T04:58:54.336-08:00A Origem da Hotelaria<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/3041/2555/1600/AGua.1.jpg"><img style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/3041/2555/320/AGua.1.jpg" border="0" /></a><br /><strong><span style="color:#333333;">A Origem da Hotelaria</span></strong><br /><span style="color:#333333;"></span><br /><br />Na antiguidade, os primeiros vestígios de hospedagem estavam associados ao comércio. Famílias reais, sábios, músicos, artistas e comerciantes de um modo geral, deixavam suas casas com o propósito de comercializar seus produtos e serviços em outras localidades. No entanto, os viajantes dessa época dividiam-se em duas classes sociais distintas: nobreza e peregrinos. Estes últimos eram atendidos precariamente em albergues, estalagens ou em igrejas e mosteiros. Já a nobreza hospedava-se em castelos e palácios luxuosos com várias mordomias. Ainda nesse período, com o crescimento das cidades, o número de hospedarias também aumentou.<br /><br />Nelas se oferecia ao viajante refeições, vinhos, banhos de cachoeira, alimentação para cavalos e manutenção de charretes ou de algum outro tipo de veículo. Com o advento da Revolução Industrial e do Capitalismo, os serviços de hospedagem também passaram a ser comercializados, e por ventura, cobrados.<br /><br />Somente no século XIX que estes serviços começaram a ter qualificação, havendo funcionários específicos para cada atividade (recepcionistas, mensageiros, arrumadeiras) e maior privacidade e conforto nas acomodações, pois antes elas eram compostas por três ou quatro camas, onde, assim, pessoas desconhecidas dormiam num mesmo quarto. E, após a Segunda Guerra Mundial, o caráter das viagens não era mais apenas comercial; estava relacionado também ao lazer. Isso foi possível graças ao desenvolvimento dos meios de transporte , das estradas de rodagem e de ferrrovias e à ampliação da renda econômica das populações.<br /><br />O primeiro hotel verdadeiramente planejado foi o Hotel Ritz, em Paris, no ano de 1870 construído pelo suíço César Ritz. A principal inovação desse hotel foi a existência de banheiros privativos nos apartamentos, mas ocorreu ainda a uniformização de empregados e outras melhorias.<br /><br /><strong>Hotelaria no BrasilNo Brasil</strong><br /><br />Os primórdios da hotelaria não foram diferentes, pois havia a divisão de classes sociais. Os viajantes comuns eram acolhidos em ranchos e casas de senhores de engenho da época. Este fato, além de ter contribuído para o desenvolvimento hoteleiro no país, proporcionou também a formação de novas cidades surgidas da aglomeração de ranchos que se expandia com rapidez. Enquanto isso, os viajantes considerados ilustres eram hospedados nas igrejas e nos mosteiros. Aliás, no século XIII, no Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, foi construída uma área destinada especialmente (a) hospedar viajantes de prestígio.Em 1808, com a chegada da corte portuguesa ao Brasil, mais especificamente ao Rio de Janeiro, houve uma grande abertura para que estrangeiros de outras procedências também viessem ao país para ocupar cargos diplomáticos, científicos e econômicos. Devido a isso, ocorreu o aumento da procura por alojamentos, a ponto de a estrutura física hoteleira do Rio de Janeiro tornar-se insuficiente.Diante dessa situação, empreendedores de outras regiões notaram que o setor de hotéis era um bom empreendimento para capitalização, e então começaram surgir novos meios de hospedagem por todo o Brasil, em especial nas grandes capitais, áreas paisagísticas e em estâncias minerais. Dessa forma, descobriu-se o potencial turístico e hoteleiro do país, sendo este hoje uma das atividades econômicas mais significativas e em expansão no país.<br /><br /><br /><em>Autora:Christiane Barlera e Larissa Martins GarciaGraduandas do 3º e º4º ano, respectivamente de Turismo e Hotelaria da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR </em>Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-1143168550060621652006-03-23T18:40:00.000-08:002006-03-23T18:49:10.063-08:00Benção Cabocla - By Pedro Paulo Buchalle<span style="color:#33cc00;"><strong><span style="font-size:180%;">Benção Cabocla<br /></span>By Pedro Paulo Buchalle Silva<br /></strong></span><br /><br />Nascerás, e do nascer ao poente da vida estarás condenado a ser feliz as margens de um rio que será azul pela manhã, cor de fogo ao entardecer e prateado nas noites de luar.<br />Tua morada será a exuberância da floresta e te alimentarás com o que produzires com o suor do teu rosto.<br />A infelicidade somente será possível se travares desigual luta contigo mesmo por não aceitares esta dita felicidade a que estás condenado.<br /> <br />Viverás plenamente, e nada adiantará manteres fechada à janela pela manhã, ou que nuvens negras encubram os céus.<br />O sol nascerá e irá se por, assim mesmo, independente da tua vontade e te invadirá pelas frestas do tapiri.<br />E por mais que insistas em não levantar a maromba porque não há chuvas, as águas de março vão subir e te molharão os pés.<br />E mesmo que varras o chão as folhas de setembro cairão das árvores, uma a uma, até outro broto nascer.<br /> <br />Gozarás do anoitecer de agosto a lua que rompe cheia, clara e nua nos céus como igual em nenhum outro mês nascerá.<br />O pitiú e o rebujo do cardume de aracús te fará arremessar a tarrafa certeira enquanto sobem à praia do rio de prata os tracajás.<br />Dormirás ao relento nestas noites de piracaias inesquecíveis e ao luar acordarás com o vento quente da madrugada ao som dos bem-te-vis.<br /> <br />Amarás, com tamanho desejo e ternura que tuas noites terão sempre o aconchego de peles morenas e cabelos negros, sedosos, cheirosos de paticholin.<br />E por este mesmo amor tanto te darás e com tamanho ardor nele te consumirás, que com ele estarás na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que um novo encontro se faça na eternidade.<br /><br />Multiplicar-te-ás no amor que te chama, pois eterno, e nele conceberás tua prole sem temeres o desejo ardente que o corpo na rede ao lado reclama.<br />Como os pássaros serão os teus, livres para remar ou cavalgar na imensidão das várzeas e terras-firmes e aprenderão contigo que a perpetuação da espécie é mais que reprodução de genes, é virtude que se passa adiante na generosidade, fraternidade e recíproca com o outro na multiplicação do moquém embebido de malagueta e tucupi.<br /><br />Morrerás no ocaso dos anos e sob teus cabelos brancos restarão eternas lembranças.<br />Destas, levarás contigo a certeza da generosidade da terra, do rio e da floresta que te alimentou, te alegrou e te deu teto durante anos a fio.<br />Nesta mesma terra serás sepultado te tornando alimento para novas árvores que nascerão e que produzirão frutos que servirão aos pássaros dos céus e aos animais da floresta.Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-1143166969851021022006-03-23T18:12:00.000-08:002006-03-23T18:30:38.660-08:00A história do Çairé<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/3041/2555/1600/Alter.1.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/3041/2555/400/Alter.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br />Çairé<br /><br />A palavra Çairé origina-se dos dois termos Çai Erê, que significa “Salve! Tu o dizes”, que era usada pelos índios como forma de saudação.<br />´<br />Originariamente, a Festa do Çairé era um baile indígena (puracê), cujos festejos, revelavam desde o primeiro século da colonização, já a influência das missões católicas. Era uma "corda em giro", ou melhor, uma espécie de dança de roda conduzida por um "arco", que era o motivo indígena desse préstito e festival, o centro geométrico de um animado puracê (baile). Tal arco era um semi-círculo com diâmetro e raios todos assinalados em algodão, onde deles pendem fitas vermelhas. Era ornamentado ainda, com uma cruz forrada e enfeitada, revelando o símbolo católico que o jesuíta acrescentou ao outro símbolo pagão o qual, pela forma geométrica revelada, denotava sua origem em povos americanos de civilização mais avançada, quais os astecas e os incas. É um exemplo de como foi o missionário mestiçando a fé católica, através da dança e do canto, para catequizar o índio e dominá-lo por fim. Transformou-se portanto, em uma cerimônia religiosa e profana, onde entram nela a reza e a dança. Essa, consistia em passos curtos, como o de marcar passos dos soldados, com um movimento em que uma índia do centro servia de eixo sobre o qual girava o Çairé.<br /><br />O cântico era uma melopéia triste, monótona e rouca. E os versos?...<br />"Ito camuti pupé neiassucá pitani puranga ité", assim traduzidos:<br />"Em uma pia de pedra foi batizado um belo menino".<br />E logo o estribilho por todos repetido:<br />"É Jesus, é Santâ Maria.<br />"Santa Maria cunhã poranga imembira iaué catu, iputira ipop".<br /><br />Tradução:<br />"Santa Maria é uma mulher bonita e seu filho como ela, com uma flor na mão".<br /><br />Com o passar do tempo, a Festa do Çairé foi incorporando características populares com o acréscimo de danças e folguedos. Tais modificações fizeram com que a Igreja proibisse a sua realização em 1943. Somente em 1973, os moradores da vila Alter do Chão resgataram o evento, conservando mais o cunho folclórico do que religioso. A festividade era comemorada no mês de julho e posteriormente passou para a primeira quinzena de setembro.<br />A Festa do Çairé é ainda hoje, realizada anualmente no Estado do Pará, na vila balneária de Alter do Chão (Santarém), sendo uma brilhante manifestação popular, constituindo o maior evento folclórico da região.<br /><br />O Festival permanece misturando elementos religiosos com profanos, apresentando inúmeras manifestações folclóricas, traduzidas através do boto Rosa e do boto Tucuxi.<br />Alter do Chão era o local de uma antiga aldeia dos índios Borari, que recebeu, com a chegada dos jesuítas, o nome de Missão de Nossa Senhora da Purificação. Como obteve desenvolvimento próprio, a aldeia foi levada à categoria de vila a 06 de março de 1758, com o nome português de Alter-do-Chão. A vila é privilegiada por seus belíssimos atrativos naturais como o "Lago Verde" dos Muiraquitãs, os amuletos sagrados das Amazonas.<br /><br />COMPONENTES<br />- Um juiz e uma juíza que são as figuras principais, a quem cabe a organização da festa.<br />- Um Procurador e uma Procuradora, que substituem os juízes quando necessário.<br />- Um Capitão que determina o movimento do Barracão do Çairé e o cerimonial. Comanda a disposição dos mordomos na procissão. Prende as pessoas que não se portam com o devido respeito dentro do Barracão do Çairé.<br />- Dois Rufadores de Caixa (foliões), pessoas que acompanham a procissão, tocando e cantando.<br />- Dois Alferes, que são os portadores das bandeiras dos juízes: uma vermelha e uma branca, tendo ao centro o desenho de uma pombinha que representa o Espírito Santo.<br />- Nove mordomos e nove Mordomas, as quais são atribuída a execução dos trabalhos necessários para a realização da festa (construção e decoração do Barracão do Çairé, ornamentação da praça, limpeza, etc.).<br />-Um Sargento que colabora quando necessário.<br />-Uma Saraipora, que é a mulher que conduz o Çairé.<br /><br />A festividade inicia-se uma semana antes, com a passagem "Busca dos Mastros". Barcos e canoas são adornadas para levar mordomos, procuradores e juízes pelas matas para encontrar as toras que servirão de mastro, para a abertura da festa. Os troncos escolhidos são enfeitados com folhas, flores e frutos e levantados em competição acirrada entre homens e mulheres para ver qual do grupo consegue levantar o mastro primeiro.<br /><br />A festa do Çairé começa em uma quinta-feira com uma procissão e carrega os mastros preparados uma semana antes. Um deles é levado por homens e o outro por mulheres. Na frente do cortejo, segue a Saraipora, a mulher que conduz o Çairé.<br /><br />A procissão se repete todos os dias ao meio-dia com um breve ritual em torno dos mastros. Às sete horas da noite ela contorna a praça e dirige-se para o Barracão do Çairé onde é cantada a ladainha, em latim. Todos os dias no encerramento há a cerimônia do Beija Santo. A juíza, sentada em uma cadeira, com uma estola branca no colo, coloca a Coroa que representa o Espírito Santo. Obedecendo a uma hierarquia vão, o juiz, os mordomos, os procuradores e demais assistentes, que reverenciam e beijam a Coroa. No momento em que a juíza vai fazer a reverência é o juiz que da mesma maneira coloca a estola e deposita a Coroa no colo.<br />O grande evento conta ainda com torneios esportivos e um festival folclórico, com apresentação de grupos que mostram ao público toda a riqueza cultural da região.<br /><br />Paralelo ao lado religioso há a famosa disputa dos botos Tucuxi e Cor de Rosa. Esse confronto surgiu em 1997, com objetivo de preservar e divulgar essa lenda que é um dos mais perfeitos retratos da Amazônia.<br /><br />Um espaço físico conhecido como Çairódromo serve de palco para realização dos shows musicais e a apresentação cênica dos botos. Com belas e criativas fantasias, além de alegorias gigantescas Tucuxi e Cor de Rosa, resgatam lendas da cultura amazônica, atraindo milhares de pessoas à hoje conhecida como "caribe dos rios", Alter do Chão. A 32 Km de Santarém, essa aldeia de pescadores situa-se no coração pulsante da Amazônia. Localizada à margem direita do rio Tapajós (afluente do rio Amazonas), famoso pela cor esmeralda de suas águas, é aqui que encontramos o quadro mais bonito pintado pelos deuses indígenas: praias exóticas e primitivas de areias alvíssimas que formam cordões dourados ao longo do rio, dunas e mangue, tornam o lugar um verdadeiro paraíso caribenho, que já é parada obrigatória dos cruzeiros marítimos.<br /><br />A vila de Alter-do-Chão abriga ainda, um Centro para Preservação da Arte, da Cultura e da Ciência Indígena (CPAI), conhecido como Museu do Índio, onde podem ser encontrados objetos raros e a história de 70 tribos da região amazônica.<br /><br />Além disso, sabemos que a Amazônia é um Palácio Encantado de lendas, onde à beira de seus rios escutam-se traiçoeiros jacarés, ou passeiam nostalgicamente jacamins e mutuns, mas nada se compara a um peixe irrequieto e inofensivo, para o qual são atribuídos malefícios donjoanescos. Se uma donzela tiver a má sorte de se deixar enlear nas falas mansas e enganadoras de qualquer moço ágil, já se sabe que foi o tal peixe, o boto, que a fantasia ingênua dá formas galantes de Dom João agreste, o maldito que a seduziu.<br /><br />O Boto tem inspirado inúmeras criações de danças que retratam a sua lenda, mas é na festa do Çairé que encontramos o mais bonito desenrolar teatrólogo de sua morte e ressurreição. É no Çairódromo que entram em cena as performances destes botos. A quadra é dividida em duas facções e como os rios Tapajós e Amazonas os botos se apresentam no mesmo espaço, mas sem se misturar.<br /><br />Adaptada para o folclore, a "lenda do Boto" apresenta além das já conhecidas personagens de sua estória, figuras que expressam a cultura do Çairé de Alter do Chão como a Rainha do Çairé, Rainha do Artesanato, Índios, Curandeiros, etc. O espetáculo apresentado provoca comoção, que sem dúvida, coloca a Festa do Çairé na berlinda dos grandes e imperdíveis eventos nacionais.<br /><br />No último dia é quando a animação contagia toda a vila e acontece a "varrição da festa, seguida da disputadíssima derruba dos mastros. Segundo a tradição, todo aquele que conseguir apoderar-se de uma das frutas com as quais foram decoradas os mastros, além de ter o prazer de degustá-la, terá muita sorte. Ocorre em seguida, a Cecuiara,ou seja, um delicioso almoço de confraternização com pratos típicos da cozinha mocoronga à base de peixes da região como: tucunaré, tambaqui, jaraqui, pirarucu, acari e curimatá, além várias outras espécies como o apapá, traíra, tranquinha, charuto, aracu, pirapitinga, piranha, pacu, mapará, surubim e tantos outros.<br /><br />A noite, acontece o encerramento com a "Festa dos Barraqueiros".<br /><br />A Amazônia, para nossa felicidade, é um não acabar de lendas, de festas e de interesses folclóricos, um verdadeiro laboratório onde se transformam e temperam as energias humanas. Povoam ainda, nessa imensa região, a imaginação de seus habitantes simples, que interpretam a seu modo a natureza doce e tumultuária desse paraíso verde.<br /><br />A nós, só cabe abrir os olhos, pois nada no mundo se iguala a esse magnífico espetáculo que a natureza nos oferece!<br /><br />"Texto pesquisado e desenvolvido por<br />ROSANE VOLPATTO<br />Material colhido pela internet: <a href="http://www.rosanevolpatto.trd.br/festacaire.html">http://www.rosanevolpatto.trd.br/festacaire.html</a> "Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24622674.post-1143153425949553952006-03-23T14:26:00.000-08:002006-03-23T17:55:24.220-08:00AgualindA - Alter do Chão começa aqui !<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/3041/2555/1600/AGua.0.jpg"><img style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/3041/2555/320/AGua.0.jpg" border="0" /></a><br /><a href="http://photos1.blogger.com/blogger/3041/2555/1600/AGua.jpg"></a><br /><a href="http://photos1.blogger.com/blogger/3041/2555/1600/PP.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/3041/2555/320/PP.jpg" border="0" /></a><br /><span style="font-family:courier new;"><strong><span style="font-size:130%;"><span style="color:#ff6600;">Nós somos o Agualinda !</span><br /></span></strong></span><br /><span style="font-family:courier new;">Venha passar momentos de prazer e tranquilidade no AgualindA Hotel. Todas as maravilhas e conforto de um hotel em uma das mais belas praias fluviais brasileiras. Infra-estrutura e belezas naturais se completam num lugar ideal para você se divertir e relaxar.<br /><br />Conheça o AgualindA Hotel e encante-se com Alter do Chão.<br /><br />Além da localização privilegiada, estamos há uma quadra da praia e da praça principal e algumas peculiaridades fazem do Agualinda Hotel um dos mais charmosos empreendimentos do gênero amazônico. O Agualinda Hotel possui uma completa infra-estrutura com confortáveis apartamentos para até 4 pessoas, com área íntima, sala de estar, ar condicionado, frigobar e TV.<br /><br />O Restaurante Caboclo, com comidas típcas regionais, torna acessível ao hóspede o melhor da gastronomia amazônida.</span><br /><span style="font-family:courier new;"></span><br /><span style="font-family:courier new;">Localização:Agualinda HotelRua D. Macedo Costa, S/N, centro - Alter do Chão - PA CEP 68109-000 - Brasil</span><br /><span style="font-family:courier new;">Telefones: (93) 3527-1314 / 3527-1201</span><br /><span style="font-family:courier new;"></span><br /><span style="font-family:courier new;">Email:<br /></span><br /><a href="mailto:agualinda@agualindahotel.com.br">agualinda@agualindahotel.com.br</a><br /><a href="http://www.agualindahotel.com.br">www.agualindahotel.com.br</a>Pedro Paulo Buchallehttp://www.blogger.com/profile/12577820844784798897noreply@blogger.com0